Os dois! A grafia é quase igual, mas o significado é bem diferente.

Sandra de Sá, cantando Pé de Meia.

Esta é uma história de terror: trágica, triste e trash. E, como a maioria das histórias de terror, possui elementos de amor e sexo.

Há mais ou menos três anos, fui convidada pra assumir um novo emprego. Era uma ótima oportunidade, num ambiente familiar e, o trabalho, parecia muito interessante. Eu já estava cansada do site de relacionamentos. Aceitei na mesma hora! E nem era tão diferente daquilo eu que fazia. Era um site internacional, eu tirava fotos e editava no photoshop, gerenciava as funcionalidades do site, utilizava meus conhecimentos de internet e cuidava da comunicação com os clientes, em inglês. Muito semelhante ao trabalho anterior. A única diferença era o conteúdo. No novo emprego, o site era de produtos antigos e colecionáveis.

No início, era como uma fábula moderna, eu estava adorando a novidade. Mas, com o passar do tempo, descobri que nesta história existia um monstro, muito mau e perverso. Um verdadeiro predador!

Depois da frustração, resolvi que precisava sair de lá. E, como sou precavida, decidi fazer um pé-de-meia, guardando dinheiro a cada mês. Se eu fosse para o olho da rua ou se a casa caísse, eu não estaria completamente dura. Os indícios me diziam que tudo era possível.

Foi então que, um belo dia, o caldo entornou e eu perdi o meu emprego!
- Mas você foi despedida, se demitiu?
- Não! Perdi meu emprego como se perde um pé de meia.

A difícil arte de amar (Heartburn) – 1986, Mike Nichols.
(Este filme é ótimo e os atores principais, Meryl Streep e Jack Nicholson, são dois mestres. A cena do Mark, quando perde um pé de meia, é engraçada. Ele fala de um lugar pra onde vão todos os pés de meia, que se perderam).

Num dia o pé de meia está lá e, de repente, não está mais. 

Foi em pleno carnaval, acho que o emprego era também o Arlequim. Foi atrás da Colombina e se perdeu, no meio da multidão. Dia 04 de março, eu trabalhei normalmente e depois, na quarta feira de cinzas, meu emprego havia se evaporado no ar.


- E os elementos amor e sexo?
- Felizmente, não tinham relação direta comigo. Mas, são detalhes tão sórdidos que prefiro não comentar.
- Você consegue fazer piada de tudo?
- No início não, claro que não. Só depois de um tempo, aqueles meus genes começam a fazer efeito.
- Mas, no final, você conseguiu fazer uma limonada.
- Ainda não, mas estou a caminho. E, na verdade, eu prefiro cerveja.

3 Responses so far.

  1. adorei...um emprego evaporado...como meia....coisas da vida

  2. Anônimo says:

    Como tu consegue dar a volta? Parabéns

  3. Respondendo no mesmo tom (sotaque):
    "Não podemo se entregar pros home
    Mas de jeito nenhum amigo e companheiro
    Não tá morto quem luta e quem peleia
    Pois lutar é a marca do campeiro." Leopoldo Rassier

    beijo.

    P.S.: Eu adoro os gaúchos!

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Prazer em conhecer!